No 140/141 - Ano XI - Setembro/Outubro de 2007


 

Em novembro próximo, o III Rio Tango Festival promete agitar os tangueiros de várias partes do Brasil e do exterior que virão ao Rio de Janeiro. 

Além do Festival em si, com eventos que se iniciam no último dia de outubro, apresenta atrações variadas que se estendem até o dia 11 de novembro de 2007.

Não sem um esforço incomensurável e dando con-tinuidade à tentativa de trazer mais e mais apreciadores para o Tango Argentino, todos fazemos do 2x4 uma opção atraente e até possível de se realizar aqui nesta cidade multi-facetada.

Nossos agradecimentos são muitos, aos apoiadores, aos organizadores, à mão-de-obra de todos os níveis, a todos os participantes, enfim.

(RM)

 

 

Cantemos

 

(Tango – 1942)

Música:  Elías Randal                                                                        Letra:  Marvil (Elizardo Martínez Vilas)

¡Qué saben los pitucos, lamidos y shushetas!

¡Qué saben lo que es tango, qué saben de compás!

Aquí está la elegancia. ¡Qué pinta! ¡Qué silueta!

¡Qué porte! ¡Qué arrogancia! ¡Qué clase pa'bailar!

 

Así se baila el tango mientras dibujo el ocho,

para estas filigranas yo soy como un pintor.

Ahora una corrida, una vuelta, una sentada...

¡Así se baila el tango, un tango de mi flor!

 

Así se baila el tango, sintiendo en la cara,

la sangre que sube a cada compás,

mientras el brazo, como una serpiente,

se enrosca en el talle que se va a quebrar.

 

Así se baila el tango, mezclando el aliento,

cerrando los ojos pa' oír mejor,

cómo los violines le dicen al fueye

por qué desde esa noche Malena no cantó.

 

Así se baila el tango mientras dibujo el ocho,

para estas filigranas yo soy como un pintor.

Ahora una corrida, una vuelta, una sentada...

¡Así se baila el tango, un tango de mi flor!

 

(canta Alberto Castillo)

"Canyengue" - por Marta Luchenio (ARG)

 

 

Assim se tece a história

 

Compositor e cantor, nasceu em 6 de janeiro de 1920, de pais ucranianos chegados a Buenos Aires em 1906.  Desde pequeno, saía pelas ruas com uma caixa contendo latinhas de graxa e cadarços para vender em cafés.  Nos locais, cantava tangos e os freqüentadores compravam suas mercadorias ou lhes davam algum dinheiro mesmo sem comprar.  Houve épocas que a família era sustentada apenas com isso.  Elias foi, dos quatro irmãos, o único que realmente tinha conhecimento musical e chegou a ser um bom violinista.  Com apenas 10 anos, já tinha se apresentado no Teatro Paris com os guitarristas de Libertad Lamarque.  No início dos anos 40, como vocalista - sua maior paixão - atuou acompanhado por guitarras na Radio Argentina e nos programas das rádios Belgrano e Mitre.

A obra de Elias não é extensa e tampouco brilhante, mas um interessante punhado de temas foi gravado em discos e deles surgiram alguns sucessos duradouros.  "Así se baile el tango" foi um tremendo impacto na voz de Alberto Castillo com a orquestra de Ricardo Tanturi.  As brigas que aconteciam nos bailes, produto intencional do próprio Castillo, que atiçava os rapazes à medida que recitava a letra, fez com que o tango se difundisse mais ainda.  Foi gravado em disco em 4 de novembro de 1942.

Também com Marvil criou "Así se canta" e "Oiga rubia".  Com Carlos Bahr compôs "Doble castigo", "Gracias", "Pudo ser una vida", "Quereme como soy" e "Tanto".  Outro tema de sucesso foi "La novia del mar", com letra de Horacio Sanguinetti.   Com seu irmão Oscar Rubens fez "Por qué seguir".  Elias Rubistein (seu nome verdadeiro) faleceu em 28 de março de 2005. 

Fonte:  "Tango judío, del ghetto a la milonga"- Julio Nudler - Ed. Sudamericana, 1998 (trad. RM0.