Nº 45 - Ano IV - Setembro de 1999

Osvaldo Zotto e Lorena Ermocida (ARG)

Quando mergulhamos na história do Tango, observamos que fala-se tanto da "Guardia Vieja", à qual temos dedicado tantos comen-tários a respeito. 

Abramos agora a porta da nossa informação e admiremos a "Guardia Nueva" - que trouxe uma formidável renovação musical.  Agregaram-se fatores sociais que colaboraram com as mudanças, fatos que impediram a limitação exclusiva do Tango aos aspectos melódico e instrumental e a um grupo de poetas de alto nível, com direito a vaga entre os melhores da literatura contemporânea.

O surgimento de vozes notáveis que no rádio e nos discos (78 rotações) receberam a adesão de multidões, tem hoje o nosso fervoroso respeito.

(A.D.R.)

 

Cantemos...

Letra:  Jorge Luis Borges                                                                                                                                     Música:  Astor Piazzolla

Tango que he visto bailar contra un ocaso amarillo

por quienes eran capaces de otro baile, el del cuchillo.

Tango de aquel Maldonado con menos agua que barro,

tango silbado al pasar desde el pescante de un carro.

 

Despreocupado y zafado siempre mirabas de frente,

tango que fuiste la dicha de ser hombre y ser valiente.

Tango que fuiste feliz como yo tambien lo he sido,

segun me cuenta el recuerdo, el recuerdo o el olvido.

 

Desde ese ayer, cuantas cosas a los dos nos han pasado:

las partidas, y el pesar de amar y no ser amado.

Yo habre muerto, y seguiras orillando nuestra vida.

Buenos Aires no te olvida, tango que fuiste y seras.

 

Canta:  Carlos Varela

 

 

Assim se tece a história

Nasceu em Buenos Aires a 24 de agosto de 1899. Seu pai, descendente de ingleses, era professor e escritor, e sua mãe pertencia a uma aristocrática família portenha. Cursou seus estudos em Genebra, Suiça e em Madri, Espanha. Conheceu Rafael Asséns, poeta que sempre citou como seu mestre. Na sua volta, em Buenos Aires, participou da fundação das revistas literárias "Prisma y Proa", publicou seu primeiro livro "Fervor de Buenos Aires" (1923) e os brilhantes poemas "Luna de Enfrente" (1925).

Colaborou com a revista Sur, junto a Victoria Ocampo e compilou, com o Prof. Ureña, uma antologia da literatura clássica argentina. Traduziu obras de William Faulkner, Franz Kafka e Virgínia Woolf. Obteve o prêmio de honra da Sociedade de Escritores, foi nomeado diretor da Biblioteca Nacional e recebeu, junto com Samuel Beckett, o prêmio Internacional de Literatura, em 1961.

Ao se agravar sua cegueira, escreve "... nadie rebaje a lágrima o reproche / esta delcaración de la maestría / de Dios, que con magnífica ironía / me dió a la vez los libros y la noche."

Em 1979, recebeu o prêmio Cervantes e, posteriormente, publicou "Siete Noches" (1980), "Nueve Ensayos Dantescos" (1982) e "Atlas" (1984), em homenagem a Maria Kodama. Seu último livro foi "Los Conjurados" (1985). Morreu em Genebra a 14 de junho de 1986.

(Pesq. e trad. A.D.R.)

               

 

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