No 152 - Ano XII - Setembro de 2008


Francisco Forquera e Carolina Bonaventura (ARG)

A milonga não é nada além de um grande clube com várias sedes, onde se encontram as caras de sempre com as recém-chegadas, onde a tranquilidade do conhecido se encontra com a expectativa do inédito.

E o mais instigante: cada um começa a entender que uma vez que se lhe abrem os caminhos da milonga, nada mais será igual; as marcas impressas no corpo e na alma já estarão fixadas, mesmo se alguém decida (num incompreensível surto de loucura) nunca mais voltar a bailar Tango.

(Internet – trad. RM)

 

 

Cantemos

(Tango - 1952)

Música:   Juan Polito                                                                                          Letra:  Francisco Gorrindo

Canta: Raúl Figueroa, com a orquestra de Juan Polito

 

Ahogando este grito que sube del pecho,

y llega a los labios cargao de rencor,

yo vuelvo a tu lado, atadas las manos,

pero pa' decirte que todo acabó,

Que ya no me importa tu risa o tu llanto,

que a fuerza 'e coraje vencí al corazón,

y que hoy como nunca mirándote cerca,

te veo realmente, así como sos.

La Bruja, que ayer fuera reina de todo mi ser,

hoy, roto el encanto, no es más que mujer.

La Bruja, montón de caprichos que me esclavizó,

hoy es un paisaje, cubierto de horror.

Y puede que un dia me habré redimido

y vos, para entonces, quién sabe si sos,

un cacho de invierno cargado de males,

un resto de vida, un poco de tos

 

 

Assim se tece a história

 

Pianista, compositor e maestro, nasceu a 11 de julho de 1908 no bairro portenho do Once.  Seus irmãos, Antonio, que dominava piano, bandoneón e guitarra e Pedro, bandoneonista e violinista, integraram uma família de destacados músicos.  Na infância, estudou violoncelo no conservatório, porém logo o trocou pelo piano.  Em 1925, com a morte de seus pais, abandonou os estudos.  Um ano depois debutava na orquestra de Juan Maglio, no Bar Dominguez, onde permaneceu por quase 3 anos. 

Em 1928, grava pela Odeon.  Participa da orquestra de Anselmo Aieta, tocando em cafés e também na Radio Prieto.  No início de 1929 cria a orquestra Polito-D'Arienzo, que durante seis meses trabalha em vários lugares.  Em 1931, a gravadora Brunswick confia a Juan Polito a direção da Orquestra Típica Brunswick, da qual Pedro Maffia havia sido maestro.  Em julho de 1938 se incorpora à orquestra de Juan D'Arienzo substituindo Rodolfo Biagi, prolongando seu trabalho até início de 1940, quando se separa com todos os músicos e o cantor Alberto Echagüe.  Nesse período, conseguiu tremendo sucesso com o tango La bruja e o vals Castigo.  Encabeçando o grupo que antes fora de D'Arienzo, estréia na Radio Argentina e no início de 1943 passa ao horário nobre da Radio Belgrano.  Em 1950, grava com sua orquestra para o selo Pampa, com todos os temas tradicionais e, anos mais tarde, é convocado novamente por D'Arienzo para substituir o pianista Fulvio Salamanca, que o havia substituído em 1940.  Em 1957, com a gravação do tango Llegando a puerto, tornou a trabalhar com D'Arienzo, função que se prolongaria até seu retiro definitivo.

Seu primeiro tango data de 1924 e chamava-se Mano larga.  Sucessos de sua coleção autoral foram:  Gurrumina, Volvé hermanita, Entre sueños, Se mira y no se toca e Responso malevo, a milonga Serenata, Quedó en venir a las nueve e Fui.  De menor repercussão popular, criados em sua última etapa com Juan D'Arienzo, estão: La pista está que arde (1968) e Que cante Ignacio (1971).  

Fonte:  Todo Tango (trad. RM): 

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