Nº 81 - Ano VII - Setembro de 2002


 

Chegou sozinha. Custou a descobrir pessoas nas silhuetas reveladas pelos focos giratórios.

Mãos se estenderam para ela num sorriso convidativo. Parceira, entregou sua mão.

Na pista, deixou-se arrebatar pelo tango.

À sincronia dos movimentos, os corpos ondularam no salão.

Onde estava o rubor dos primeiros bailes?

Onde o arquejar na difícil tarefa de ser conduzida?

O prazer de dançar tudo consumira.

 Gilda Hermanny Tostes 

Cantemos...

    

(Tango - 1928)

Música:   Agustín Bardi                                                    Letra:  Domingo E. Cadícamo

Pobre solterona, te has quedado sin ilusión, sin fé...

Tu corazón de angustia se ha enfermado,

puesta de sol es hoy tu vida trunca...

Sigues como entonces, releyendo el novelón sentimental

en el que una niña aguarda en vano consumida por un mal de amor...

 

En la soledad de tu pieza de soltera está el dolor;

triste realidad es el fin de tu jornada sin amor...

Lloras y al llorar van las lágrimas templando tu emoción,

y en las hojas de tu viejo novelón te ves, sin fuerzas, palpitar...

 

Deja de llorar por el príncipe soñado que no fue

junto a ti, a volcar el rimero melodioso de su voz...

Tras el ventanal, mientras pega la llovizna en el cristal,

con tus ojos más nublados de dolor soñás un paisaje de amor...


Nunca tuvo novio, pobrecita, porque el amor no fue 
a su rincón de humilde muchachita, 

a reanimar las flores de sus años... 
Yo, con mi montón de desengaños, igual que vos vivo sin luz, 
sin una caricia venturosa que en mi pecho haga olvidar mi cruz...

 

Assim se tece a história

Pianista, violinista e compositor.  Nasceu em 13 de dezembro de 1884.  Foi considerado um dos melhores melodistas do tango.  Nunca quis formar sua própria orquestra mas trabalhou com importantes músicos e poetas da época.  Seus amigos o chamavam "Mascotita".  Iniciou-se com Tano Genaro num trio que integrou com Tuerto Camarano na guitarra, ele ao violino e o outro no bandoneón.  Com esse diminuto conjunto animou uma infinidade de bailes até debutar por casualidade no Café Royal, em La Boca, onde se transformou em pianista.  Esse café passou para a história do Tango como "Café del Griego".

Numerosos maestros de típicas o  solicitaram e, desta forma atuou com Vicente Greco no "El Estribo" e com Eduardo Arolas no "T.V.O.".  Dentre outras, fez parte de uma das grandes orquestras dirigidas por Francisco Canaro.  Deixou registrado em rolos "Pampa" e "Olimpo" em solos de piano.

Na composição revelou-se como um autor de excepcional aptidão, tanto que muitos anos após sua morte é apontado como um dos verdadeiros gigantes do tango, com obras personalíssimas e inesquecíveis.  Começou em 1912 com Vicentito para continuar com três tangos de sucesso:  Lorenzo (1917), Gallo ciego (com letra de Gobbi e Pugliese) e ¡Qué noche!, três clássicos do ambiente musical tanguero.  De sua criação também se contam Nunca tuvo novio (1928, com letra de Enrique Cadícamo), El baqueano, El buey solo, Se han sentado las carretas, Chuzas, El cuatrero, Rezagao, El pial, El paladín, Pico blanco, Tinta verde, Florentino, La guiñada, Viejo espejo, El abrojo, Independiente club, Adiós pueblo, Florcita, Gente menuda, La orillera, El taura, Barranca abajo, Las doce menos cinco, Acuérdate de mí, El forastero, La última cita, Misterio, Polvorita, El rodeo, Golondrina, Tiernamente, Tiempos mozos, Triste queja, Yo también fui pibe, Cartas amarillas, Confidencia, Amén, A la sombra, Sin hilo en el carretel, ¡Oiga compadre!, No me escribas e Tierrita com letra de Juan Caruso, Cabecita negra com versos de Atilio Supparo, Madre hay una sola com colaboração de José de la Vega, que levou Gardel ao disco.

Fonte:  El Portal del Tango / Todo Tango – Trad. RM