No 189 - Ano XV - Outubro de 2011


Alejandra Zavala e Leonardo Vilte (ARG)

 

 

Ana Portnoy

fotógrafa e documentarista argentina

(trad. RM)

 

Cantemos

(Tango - 1937)

Música:  Agustín Magaldi                                                                    Letra:  Rodolfo Sciammarella

 

Antes era yo el que torturaba tu existencia con mis celos y no te dejaba en paz.

Tu escuchabas mis promesas sin poderlas remediar.

Antes era yo que te seguía y no tenia la alegría de un minuto en tu vivir.

Hoy que logré felicidad al tenerte fe, dudas de mí.

 

No, no quiero verte llorar!  No, no quiero verte sufrir!

No quiero que haya dudas, ni quiero que haya sombras

que empañen los encantos de nuestro dulce hogar.

 

No, no quiero verte llorar!  No, no quiero verte sufrir!

Amor mío, debes tener confianza,

vos sos toda mi esperanza, mi alegría de vivir.

 

Quiero repetirte las palabras que vos antes me decías cuando me encontraba así.

Por nuestro amor te lo pido, no debes dudar de mí.

Yo que sé las noches de tortura que es vivir obsesionado por los celos del amor,

quiero evitarte de una vez tanto pesar, tanto dolor.

 

Orquesta Alberto Di Paulo, canta Osvaldo Rivas

 

Assim se tece a história

 

Cantor, nasceu na província de Santa Fe, em 1o de dezembro de 1898, filho de imigrantes italianos.  Desde jovem estudou canto lírico, o que marcou seu estilo particular em sua futura carreira na canção popular.  Sua afinidade com o lírico era tal que levou muito tempo para decidir-se pela arte popular e mais ainda fazer do canto sua profissão.  Em 1924 Magaldi apresentou-se na casa Victor para um teste de voz, mas não agradou muito aos diretores; porém cativou a Rosita Quiroga (principal figura da época), que o convocou para formarem um duo.  A escolha de Rosita converteu este jovem santafesino em um dos cantores mais populares que o Tango já teve. 

Em meados dos anos 1920, os duos estavam em voga graças ao binômio Gardel-Razzano e então Magaldi se associou com Pedro Noda.  Juntos, conseguiram posicionar-se entre os melhores e mais respeitados da época. 

Com a dissolução do duo em 1935, Magaldi começou uma curta carreira como solista.  Em meados de 1936, firma um contrato de dois anos com a radio Belgrano, além de planejar uma extensa turnê pela América, planos esses truncados por problemas de saúde do cantor.  

A notícia de sua morte em 8 de setembro de 1938 foi um duro golpe para os portenhos que ainda não tinham se recuperado da perda de Gardel.  Entre seu repertório podemos encontrar:  Acquaforte, Vagabundo, Levanta la frente, No quiero verte llorar, Amurado, Dejame, hermano, Allá en el bajo, Honor gaucho, Dios te salve m'hijo, Consejo de oro, entre muitos outros.  Seu estilo de composição foi  único e muitos tentaram imitá-lo.  Suas canções falavam da infelicidade, do abandono, mas não ao estilo Discépolo; Magaldi era mais rigoroso, menos poético e as pessoas se identificavam com suas canções.  Alguns historiadores consideram que era um cantor de protesto, outros de resignação e outros ainda da dor popular.  Mas o certo é que seu nome sempre está entre os primeiros no que se refere a "Idolos del Tango". 

Fonte:  El Portal del Tango – Trad. RM