No 102 - Ano VIII - Junho de 2004
|
Depoimentos: Por que vamos à milonga? § Porque é um mar de abraços; § Porque me sinto com tudo em cima; § Porque ali encontro minhas amigas; § Porque o médico me receitou; § Porque descubro a poesia de meu corpo; § Porque é meu espelho cultural; § Porque tem um bom astral; § Porque me sinto viva; § Porque fica perto; § Porque deixamos de ser solitários; § Porque encontro tradição e futuro; § Porque me separei; § Porque me divirto com pouco dinheiro; § Porque é quando eu me arrumo melhor; § Porque me faz tirar os pés do chão; § Porque estou à procura não sei do quê; § Porque o Tango está sempre à minha espera; § Por suas promessas; § Porque ele vai;
Por isso é que a milonga é uma festa. Venha e descubra as suas razões. Susana Porteña |
Cantemos |
(Tango - 1927) Letra: María Luisa Carnelli Música: Juan de Dios Filiberto |
Sollozó el bandoneón, congojas que se van con el anochecer. Y como un corazón, el hueco de un zaguán, recoge la oración que triste dice fiel mujer. Lloró la milonga, su antigua pasión, parece que ruega consuelo y perdón. La sombra cruzó por el arrabal de aquel que a la muerte jugó su puñal. Dos viejos unidos en un callejón, elevan las manos por su salvación. Y todo el suburbio, con dolor, evoca un hondo drama de amor. Conmovió al arrabal con largo estremecer el toque de oración. Dolor sentimental, embarga a la mujer en tanto el bandoneón la historia reza de un querer. (Letra assinada com o pseudônimo Luis Mario) |
Assim se tece a história |
Jornalista e escritora. Fez jornalismo na Argentina, América e Europa durante mais de um quarto de século, colaborando para jornais e revistas famosos, entre eles “Caras e Caretas”. Foi correspondente de jornais argentinos na guerra civil espanhola. Escreveu vários livros em prosa e verso: "Poemas para la Ventana del Pobre", "¡Quiero Trabajo!", "Rama Frágil", "Mariposas Venidas del Horizonte".
Sua estréia no cancioneiro, em 1927, foi um sucesso, com música de Donato-Zerrillo, nada menos que o tango Se va la vida, com grandes intérpretes como Azucena Maizani e Agustín Magaldi, entre muitos outros. Logo depois produziu Cuando llora la milonga com música de Juan de Dios Filiberto e El malevo, com música de Julio De Caro, que foi gravada por Rosita Quiroga com seu estilo peculiar.
Com Rafael Rossi publicou Pa'l cambalache e La naranja nació verde; com Francisco De Caro, Primer agua; também com os irmãos De Caro, Moulin Rouge e Dos lunares; com Ernesto Ponzio (El pibe Ernesto) Quiero papita e 18 kilates; também fez com Filiberto Linyera e Azul de cielo; com Luis Teisseire Mano santa e Luna roja (milonga) entre outras; com Argentino Valle, com Patrocinio Díaz e outros grandes cultores colaborou também usando indistintamente seus pseudônimos de Luis Mario e Mario Castro.
Carlos Gardel gravou seus Pa'l cambalache e Cuando llora la milonga, tangos que forçaram uma convivência mais estreita entre ambos. O cantor estranhava o lunfardo empregado em seus tangos, pois conhecendo seu preparo intelectual, não acreditava que ela seguisse essa linha.
Apesar de ter reconhecido seu trabalho literário e autoral, diz-se que o mesmo se deveu ao toque de seu amigo, o escritor Enrique González Tuñon, falecido em 1943. Maria Luisa Carnelli nasceu em La Plata (Buenos Aires) em 31 de janeiro de 1898 e faleceu em Buenos Aires em 4 de maio de 1987.
Fonte: Todo Tango – Internet (trad.: RM)