Nº 67 - Ano VI - Julho de 2001


JUAN CARLOS COPES e sua filha JOHANNA

Na antiguidade, muitos cientistas, filósofos e poetas trataram da natureza e dos corpos celestes tanto quanto dos corpos humanos em movimento.  Talvez num paralelo, a poesia envolvida nos movimentos dos corpos celestes em perfeita harmonia inspire os movimentos dos corpos que dançam em liberdade de expressão.

Nesta liberdade de expressão, assim como um discurso sobre a dança sensual de sempre e o ocaso de uma vida, o "poeta" escreve com os pés, agora aos 73 anos, mais do dobro da idade com que Dante afirmou estar "nel mezzo del camin", afastado da "diritta via".  Em contraposição ao medo dantesco diante da vida "post mortem" e fora da glória celeste, o poeta na dança trata de representar a sua alegria diante do público sob o signo do Canecão.  

(A.D.R.)

 

Cantemos...

(tango)

Letra:  Mario Soto                                                                   Música:  Jorge Caldara 

No sabrás, nunca sabrás lo que es morir mil veces de ansiedad;

No podrás nunca entender lo que es amar y enloquecer.

Tus labios que queman, tus besos que embriagan y que torturan mi razón...

¡Sed que me hace arder y que me enciende el pecho de pasión!

Estás clavada en mi... te siento en el latir abrasador de mis sienes.

Te adoro cuando estás y te amo mucho más cuando estás lejos de mí.  

Así te quiero, dulce vida de mi vida...  Así te siento, sólo mía, siempre mía...

Tengo miedo de perderte, de pensar que no he de verte...

¿Por qué esa duda brutal?  ¿Por qué me habré de sangrar, si en cada beso te siento desmayar?

Sin embargo me atormento porque en la sangre te llevo;

Y en cada instante, febril y amante, quiero tus labios besar.

Tus manos desatan caricias que me atan a tus encantos de mujer...

¡Sé que nunca más podré arrancar del pecho este querer!

Te quiero siempre así... estás clavada en mí como un puñal en la carne

ardiente y pasional y temblando de ansiedad quiero en tus brazos morir.  

 

Assim se tece a história

 

Mario Soto

Nasceu em 20 de agosto de 1912 e faleceu na cidade de La Plata em 1995.  Paralelamente ao seu trabalho de poeta, foi representante e apresentador das orquestras de Angel D’Agostino, Pedro Laurenz e Osvaldo Pugliese.  Ao desvincular-se da última, prosseguiu nesta dupla tarefa com o cantor Alberto Morán.  Uma vez finalizada essa  etapa, trasladou-se  para a Espanha,  onde  permaneceu   por   mais   de  uma  década. 

Nunca se editaram seus comentários e composições poéticas, ficando apenas as letras de tango.  Destas, citamos: Me llaman tango, Mientras quede um solo fueye, Profundamente, Por pecadora e uma peça que está no repertório de muitos intérpretes da atualidade.

Mesmo tendo sido entregue a D’Arienzo, que a estreara e executara em suas apresentações na voz de A. Laborde, Pasional nunca havia sido gravado.  Pugliese o registra em 1951 para a Odeon, na memorável versão de Alberto Morán.                                                                        

(trad. RM)

 

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