No 86 - Ano VIII - Fevereiro de 2003
Venta,
na madrugada / Da capital portenha. Rolam
folhas pelas ruas, / Passam
monumentos / Pela janela do táxi. Mulheres
e homens / Desfilam elegância, / Nas largas calçadas. Alguém
vende flores, / Na Calle Florida. Lá
está a Casa Rosada... / Corrientes,
348... / Praças... parques... As
casas em arco-íris da Boca... E
a paisagem dança / Na cadência vital do tango, “En mi Buenos Aires querido”. São
as visões que tenho /
Sem
estar lá, / Sem
nunca ter ido lá. Apenas
ouvindo / O
“bandoneón”
de Piazzolla E
deixando a alma viajar... Madô Martins (Santos /SP), participante do Concurso Tango Poesia 2002 |
Cantemos |
(milonga) Letra: Homero Expósito Música: Armando Pontier
|
|
Para
cantarle al amor no se precisa experiencia: se
forma un nido entre dos y lo demás... va sin letra. Que
así empecé esta milonga bien criolla y bien porteña, para
cantarle al amor que sólo siento por ella. Ella
es triste como un tango, ella
tiene gusto a menta y
es sencilla como el lazo que
me anuda a su tristeza. Ella
es como el mate amargo, bien
criolla y bien porteña, y
es acorde en la guitarra. Qué
milonga milonguera la
canción de la esperanza que
el amor hace canción! Para
cantarle al amor no hay que mirar las estrellas, hay
que ser hombre de honor y lo demás... no interesa, que
al terminar la milonga bien criolla y bien porteña, para cantarle al amor yo canto de esta manera. |
|
Assim se tece a história |
Músico completo, bom bandoneonista e melhor compositor, pertence a uma geração
que recria o tango, consolidando a tarefa do arranjo, onde nos presenteia,
como compositor, uma obra de estrutura bem harmonizada e com melodias muito
originais, às vezes singela e melódica: "Corazón no le hagas
caso", "Trenzas", "Tabaco" e "Claveles
blancos"; outras baseadas
em variantes
harmônicas com
tratamento rítmico mais
complexo, como "Margo" e "Anoche" ou então, com
tratamento
claramente moderno: "A los
amigos", possivelmente sua
maior obra, "A Zarate" e "A tus pies bailarín".
Nasce
em Zárate, em 29 de agosto de 1917, com o nome de Armando Francisco
Punturero. Ainda garoto, cursa a academia de Juan Elbert, onde aprende
solfejo, harmonia e composição. Por sua mão, chega a Buenos Aires, com seus colegas de
classe Enrique Francini, Héctor Stamponi e Cristóbal Herreros, para atuar no
rádio. Daí veio o
reconhecimento e o início de uma brilhante carreira com o maestro Miguel Caló,
depois sua consagração com Francini, até chegar a ter sua própria
orquestra, depois de 1955.
Sua obra autoral é extensa e com alguns temas destacados, que o tempo
converteu em verdadeiros clássicos do gênero: "Tabaco",
"Trenzas", "Corazón no le hagas caso", "Cada día te
extraño más", "Anoche", "El milagro",
"Claveles blancos", "El vals soñador", "Milongueando
en el 40", "Bien criolla y bien porteña" e temas
instrumentais de destaque como "A los amigos", "A José Manuel
Moreno", "A Zárate" e "A tus pies bailarín" e
"Pichuco", entre outros.
Falece por sua própria determinação, afundado em profunda depressão, a 25 de dezembro de 1983, em seu apartamento do bairro de Belgrano.
Fonte: Todo Tango e Portal del Tango – trad. RM