Nº 74 - Ano VI - Fevereiro de 2002
|
|
A
aquisição de uma destreza como a
de
interpretar
um tango com um instrumento Os mestres, os que transmitem esses conhecimentos, trabalham durante mais tempo com o seu instrumento, seja um objeto externo a si mesmo (violino, bandoneón, piano) ou o próprio corpo. Na música e na dança – expressões artísticas – existe uma acumulação de novas formas e as antigas voltam com o tempo. Sendo assim, hoje pode-se desfrutar, e são totalmente
válidos,
os tangos interpretados com um ritmo primitivo e outros que seguem a linha
decareana e os cultores do vanguardismo piazzolano.
A aparição de uma corrente não invalida as tendências pré-existentes.
(Tito Palumbo, de B.A.Tango) |
(Tango)
Letra: Horacio Sanguinetti Música: José Dames
He llegado
hasta tu casa...
Yo no se como
he podido!
Si me han dicho
que no estás,
que ya nunca
volverás... Si me han dicho que te has ido!
Cuanta nieve
hay en mi alma...
Que silencio
hay en tu puerta!
Al llegar hasta
el umbral,
un candado de
dolor me detuvo el corazón.
Nada, nada
queda en tu casa natal...
solo telarañas
que teje el yugal.
Y el rosal
tampoco existe
y es seguro que
se ha muerto al irte tu, todo es una cruz!
Nada, nada mas
que tristeza y quietud...
Nadie que me
diga si vives aún...
Donde estás...
para decirte
que hoy he
vuelto arrepentido, a buscar tu amor. |
|
Assim se tece a história |
Muito
pouco se sabe de sua vida, não se tem registro de fotos suas e as
datas das composições são supostas pela data de sua gravação. Nasceu
em 19 de março de 1914, com o nome Horacio Basterra.
Muitas razões coincidem ao se considerá-lo como um dos poetas que
ajudaram a prestigiar a literatura do tango, especialmente no período,
justificadamente cravado na história do gênero como "a década de
quarenta".
Pertencia a esta qualificada e inesquecível fornada de músicos,
compositores, autores e intérpretes, transitando na sua época com fecunda
produção.
Seu
trabalho criativo, de nível e importância tanguística tal que, ao longo de
toda a década, não houve orquestra importante que não gravasse uma
de
suas obras e
com impacto tal, que muitas composições foram gravadas simultaneamente,
interpretadas por dois ou mais conjuntos. Inspirou-se
na canção popular, conduzida numa linguagem simples e pura, pode-se dizer que
conjugou a arte com a artesania. Abordava,
geralmente, o grande tema do tango: o amor, num romântico giro por muitas situações
diferentes.
Em
1939 seu nome aparece numa canção gravada por Ignacio Corsini, Morocha
triste, com música de Enrique Maciel.
Em 1940, compõe em colaboração com Edgardo Donato uma milonga, Porteña
linda e, em 1942, um de seus primeiros sucessos: Gitana rusa, com música
de Juan Sánchez Gorio.
Seu nome irrompe com força, quantidade e qualidade de títulos em 1943,
quase ininterruptamente:
Tristeza marina, Moneda de cobre, Arlette, El
barco María, Corazón de carbón, Palomita mía, En el
barrio del tambor e Aquellos besos.
No ano de 1944 alcança o ápice com sua melhor obra, ou a mais
difundida: Nada, com incontáveis gravações.
Seguem-se
Oriente,
Bohardilla,
Alhucema,
Rosa
celeste,
Magnolia
triste,
Flor
de lis,
El
lecherito,
La
gran aldea,
Trotamundos,
En
el fondo del mar.
No ano seguinte, continuam os êxitos: Discos
de Gardel,
Ivonne,
Paloma,
Zapatos,
Mis
amores de ayer,
Mañana
no estarás,
Nieve
de amor,
Hoy
te quiero mucho más.
Em 1946 são gravadas Vivianne
de París,
Con
ella en el mar,
Noche
de tangos,
Historia
de amor,
Café
e
La
canción de mis tristezas.
Em
1947 aparece o memorável Los despojos e também Amiga, Era en
otro Buenos Aires e a milonga Pueblera.
Em 1948 Milonga para Gardel e posteriormente Barro, Bailarina
de tango, Viejo cochero e o vals Esmeralda.
As obras enumeradas representam parte significativa de sua imensa produção.
Faleceu em Montevidéu, Uruguai, em 19 de dezembro de 1957.
(Extraído da revista "Tango y Lunfardo", Chivilcoy -
trad. RM)