Nº 96 - Ano IX - Dezembro de 2003


Aparecida Belotti & Alvaro Reis

Detenhamo-nos neste instante - e antes de procurar saber no que resulta o tango total, tentemos depreender quais são os comportamentos no salão, nossas atitudes em relação a cada um dos componentes e as ocorrências que manejam a vida em movimento. 

O que a incorporação social por identificação faz  para distender o espaço que ocupamos? 

É provavel que sejamos o elo intermediário que transmite, em figuras conjugadas ao compasso inebriante do tango, a alma que nos caracteriza.

 

 

Boas Festas!

(ADR / RM)  

 

Cantemos

(tango - 1933)

Letra:  Enrique D. Cadícamo                                                                    Música:  Juan Maglio "Pacho"

 

 

Soy para el amor muy blando y a la mujer pa’conquistarla

Yo le hago ver de cuando en cuando que hay que llorar pa’enamorarla.

Hoy me dicen los muchachos:  “¿Qué hacés, Llorón? ¡Que no se diga!

Pero, ¿a mi, qué?, si el que más liga yo bien lo sé que es el llorón.

Llorón... no me preocupa lo que digan, llorón...

a veces llora el que más liga, llorón...

la circunstancia es la que obliga

y siempre, siempre primero yo.

llorón ¿Vos qué sabés lo que es conquista?, llorón...

yo pa’ llorar soy un artista, llorón...

no hay una que se me resista

y siempre, siempre primero yo.

Soy el picaflor del Norte y me he diplomao haciendo cortes,

Por diversión yo tallo y rompo y pa’ bailar soy como un  trompo.

A ninguna me le achico, les canto flor, me juego entero,

Soy pa’l amor jarabe ‘e pico y ¡a hacerse a un lao, que paso yo! 

 

Assim se tece a história

Bandoneonista, compositor e maestro, nasceu em 18 de dezembro de 1880.  Seu nome verdadeiro era Juan Maglio, mas era conhecido como "Pacho", já que seu pai, imigrante italiano chamava-o carinhosamente "Pazzo", que quer dizer louco, e como os portenhos não sabiam pronunciar bem essa palavra, começaram a chamá-lo "Pacho", e assim ficou sendo chamado. 

Aprendeu a tocar o bandoneón com seu pai, músico aficcionado e também com o famoso Domingo Santa Cruz.  Aos 19 anos debutou no café "El Vasco" no bairro Barracas.   Depois disso, formou um quarteto

com violino, guitarra e flauta.  Tiveram repercussão e prestígio rapidamente, e em 1913, no Café "La Paloma" lançou-se já com a legendária "Orquesta Típica Criolla" Juan Maglio "Pacho".  Com este grupo fez gravações que renderam milhares de cópias, convertendo-se na orquestra mais popular de seu tempo.  Bastava alguém mencionar numa loja de discos:     - Dê-me um "Pacho", já se sabia que pediam um disco da famosa orquestra.

Como compositor fez inúmeros tangos como: "Quasi nada" (Letra: Francisco Brancatti), "Un copetín" (Letra: José Fernández), "Nogoyá", "Orillas del Plata" (Letra: Francisco Bianco), "Copen la banca" (Letra: Enrique Dizeo), "Tango Argentino" (Letra: Alfredo Bigeschi), "Violetas" (Letra: Francisco Brancatti), "El llorón" (Letra: Enrique Cadícamo).

Em 1920 surgiu nova formação de sua orquestra, da qual fazia parte o ainda desconhecido Aníbal Troilo (bandoneonista).  Com este grupo continuou tocando mas com menor popularidade que na década anterior.  Algum tempo depois, formou um sexteto, que foi a última formação com que se apresentou até o ano de 1934, quando seu maior vício (o cigarro) lhe provocou uma disfunção pulmonar, da qual vem a falecer, a 14 de julho desse mesmo ano.

Fonte:  Portal del Tango (trad. RM)

 voltar ao início