Nº 72 - Ano VI - Dezembro de 2001
A
ambiguidade pode ser um elemento de propaganda extremamente útil e infalível.
Ao insinuar sem comprovar, ao sugerir sem definir, ao criar figuras
fantásticas que inspiram a admiração e a inveja sem oferecer uma clara
interpretação da sua intenção ou ao trazer uma atitude social
fascinante e monopolizar "o todo", com quais objetivos? Você,
com certeza terá despertado a curiosidade de muitos, assim como ao ouvir
o tango de Horácio Salgán dedicado a Don Agustin Bardi e tanto
quanto o livro do Apocalipse que prometia a salvação ou a danação
eterna. Uma
peça, uma coreografia, um texto, uma decisão política podem provocar um
debate constante e infinito. Em
tempos de dificuldade por lá e por cá, caímos nas mãos
"do fundo" do poder econômico e em tempo de tranquilidade
(...sei lá!) a nossa visão da realidade poderá se tornar mais alegórica. Eis a variação, parece que a ambiguidade transita pelo caminho das virtudes. (A.D.R.) |
(Tango – 1929)
Letra
e Música: Miguel
Bucino
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Vestido
como un dandy, peinado a la gomina, y
dueño de una mina más linda que una flor, bailás
en la milonga con aire de importancia luciendo tu elegancia y haciendo exhibición. Cualquiera
iba a decirte, che, reo de otros días, que
un día llegarías a rey del cabaret, que
pa' enseñar tus cortes pondrías academia. al taura siempre premia la suerte, que es mujer. Bailarín
compadrito, que floreaste tus cortes primeros en
el viejo bailongo orillero de Barracas al Sur, Bailarín
compadrito, que querías probar otra vida y al lucir tu famosa corrida te viniste al Maipú. Araca,
cuando a veces oís La Cumparsita, yo
sé como palpita tu cuore, al recordar que
un día lo bailaste de lengue y sin un mango y
ahora el mismo tango bailás hecho un bacán. Pero
algo vos darías por ser, por un ratito, el
mismo compadrito del tiempo que se fue, pues
cansa tanta gloria, y un poco triste y viejo te ves en el espejo del loco cabaret.
Bailarín
compadrito, que querías probar otra vida y
al lucir tu famosa corrida te viniste al Maipú. |
Assim se tece a história |
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Ao
completar 18 anos ingressou como bandoneonista na orquestra de Francisco Canaro. Depois de poucas apresentações, Canaro encaminhou-o à dança,
pois nela estava sua vocação natural. Debutou
como profissional em 1925, no teatro Maipo e após dançar em vários lugares,
viajou com Julio De Caro ao Brasil em 1927.
No ano seguinte, fez uma turnê pelo interior da Argentina. Foi o
primeiro que dançou tango no teatro Colón durante os espetáculos da atriz
Orfilia Rico em 1929 e em 1931 viajou à Europa com a companhia de revistas de
Bayón Herrera e Manuel Romero, atuando em Madrid e Paris.
De volta, participou de “Noches de Buenos Aires” e em quase todas as
temporadas que Francisco Canaro e Ivo Pelay fizeram com suas comédias musicais,
quando não em Buenos Aires, iam ao interior ou a Montevidéu.
Em seus 20 anos de bailarino profissional ensinou
personalidades como os príncipes Humberto de Saboya e Eduardo de Windsor, e
artistas do naipe de Ramón Novarro, José Mojica, Jorge Negrete e Ann Sheridan
a dançar o tango argentino. Retirou-se
dos palcos em 1942, após trabalhar em Porto Rico, México, etc.
Embora
tivesse fracassado como músico, destacou-se como compositor, registrando de 60
a 70 obras, em sua maioria tangos: o
primeiro, Pa’que bronquen em fins de 1926; Mina bacana, Ya va
pa’um mes, No va más, Una carta, ¡Que me quiten lo
bailao!, Bailarín compadrito, El corazón me engañó, Decile
que vuelva, Sentimiento de calavera, Amarroto, Lo pasao pasó,
Y siempre la misma historia, Café de barrio, Guitarra, Pelirroja,
Vine a verte, Tedio, Olvidáme, o vals Cuatro recuerdos
e as belas milongas Mucho... mucho, Milonga del corazón, La mañana,
El viento me cuenta cosas, Para que lo oigan.
Como se pode perceber, vários são muito populares.
Conheceu
Carlos Gardel em 1925 no hipódromo de Palermo, onde estava com Canaro, Razzano
e outros. Entregou seu tango
“Bailarín compadrito” a José Razzano para que o aprovasse e entregasse a
Gardel, porém Razzano o rejeitou. Levou-o
então a Mario Pardo, que em visita a Gardel numa noite em que cantava no cine
Suipacha, improvisou com seus guitarristas o dito tango, despertando a
curiosidade de Carlitos, que posteriormente o gravou.
Gardel, ao se inteirar da recusa de Razzano em lhe apresentar o tango,
bronqueou com seu ex-companheiro de duo. Miguel Bucino nasceu em Buenos Aires (San Cristóbal) no dia 14 de agosto de 1905 e ali mesmo faleceu em 15 de dezembro de 1973.
(Fonte: : Todo Tango, site na Internet - Trad. RM) |